O governo federal obteve uma importante vitória política nesta terça-feira na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga irregularidades no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Por meio de um acordo entre situação e oposição, Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi poupado de depor à comissão.
O acordo político
A negociação estabeleceu uma troca: Frei Chico não será convocado, mas em contrapartida o ex-ministro da Economia Paulo Guedes também ficará fora da lista de depoentes. O irmão do presidente é vice-presidente do Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados Pensionistas e Idosos), uma das entidades mencionadas no escândalo dos descontos irregulares em benefícios previdenciários.
Composição da mesa diretora
O Planalto conseguiu ainda outro trunfo no acordo: a indicação do deputado Duarte Jr. (PSB-MA) para a vice-presidência da CPMI. A conquista representa um alívio para o governo após a derrota sofrida na semana passada, quando a oposição assumiu o controle da comissão.
O comando do colegiado ficou nas mãos da oposição, com o senador Carlos Viana (Podemos-MG) na presidência e o deputado Alfredo Gaspar (União-AL) como relator. A indicação de Duarte Jr. para a vice-presidência ameniza parcialmente esse revés.
Primeiros depoimentos
Com o início efetivo dos trabalhos, a CPMI já definiu seus primeiros depoentes. O advogado Eli Cohen, responsável pelas denúncias que motivaram a Operação Sem Desconto da Polícia Federal, será o primeiro a ser ouvido. Seu depoimento está marcado para quinta-feira, às 9h.
Contexto da investigação
A CPMI do INSS foi criada para apurar irregularidades envolvendo descontos indevidos em benefícios previdenciários. O escândalo veio à tona após denúncias que resultaram na deflagração da Operação Sem Desconto, conduzida pela Polícia Federal para investigar o esquema.